Dr. Hugo Costa
Laser
ou Escleroterapia convencional? Afinal, qual dos dois é o melhor método para
o tratamento das varizes? Essa é apenas uma dentre muitas dúvidas que ouço dos pacientes
quando os atendo em meu consultório.
Para
uma melhor orientação nós, angiologistas e cirurgiões vasculares, entendemos
que cada técnica tem sua particularidade quando indicada num tratamento. Não
existe uma técnica única de procedimento quando se inicia o tratamento
ambulatorial para as varizes. E isso está amparado na própria avaliação médica que
se faz durante a consulta. O diagnóstico preciso para cada tipo de varizes é
que irá ditar o tratamento específico para as mesmas. Ele pode ser desde uma
simples aplicação (escleroterapia)
até os tratamentos mais radicais como a cirurgia propriamente dita.
O
Laser é um tratamento específico indicado no secamento as microvarizes
(conhecidas como telangiectasias).
Mas dependendo da região em que for utilizado, o laser pode não ter tanta eficácia,
apresentando resultados muitas vezes frustrantes e abaixo das expectativas. Fisicamente
falando, o laser é uma luz MONOCROMÁTICA, ou seja, ela apresenta somente um
comprimento de onda e por isso uma única cor. É DIRECIONAL, e isso significa
que o feixe de luz produzido por um laser se propaga em uma única direção. Tem
ALTA INTENSIDADE (10¹² Watts), e isso se traduz em energia e portanto em “calor”.
Sim, a luz do laser é muito quente! Quando
utilizado no tratamento das telangiectasias, a luz projetada sobre os vasinhos
seleciona e atinge diretamente a cor mais escura destes se comparados a cor
mais clara da pele. Porém, alguns desses vasinhos superficiais podem estar
sendo nutridos por outros vasos que se encontram em planos mais profundos da
pele e, por isso, fatalmente eles não serão atingidos por essas ondas de laser.
É aí que entra o tratamento de escleroterapia convencional.
Na Escleroterapia convencional, por se tratar de um procedimento onde se injeta
uma mescla líquida (ou espumosa) nos vasinhos, o mecanismo de ação é muito mais
amplo do que a ação da luz do laser. A extensão da ação da mescla injetada propaga-se
até esses “vasos nutridores” evitando que novos vasinhos se formem no local. Nesses casos, a escleroterapia convencional se torna mais eficaz do que o laser.
Entretanto,
uma excelente indicação do tratamento a laser nos vasinhos é para aquelas telangiectasias
que se formam na pele do rosto. Nessas regiões, assim como em algumas áreas dos
pés, o cuidado em não atingir vasinhos mais profundos é de extrema importância.
E como aprendemos, a ação do laser se limita ao plano superficial da pele, o
que torna esse procedimento eficaz somente nessas regiões.
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