Dr. Hugo Costa
O Aneurisma de Aorta Abdominal (AAA) ocorre quando há uma dilatação do segmento aórtico a nível do abdome, como exposto na figura. Lembrando que a artéria aorta é o maior vaso do nosso corpo, por isso de grande importância na condução do sangue oxigenado para o organismo. Com o passar do tempo, essa elasticidade aórtica pode ir aos poucos perdendo a força, e, devido a pressão exercida pelo sangue arterial que flui no interior da aorta, pode então haver rompimento da parede da artéria e extravasamento do sangue para o interior do abdome (hemorragia).
Essa lesão é na maioria das vezes assintomática ou pode culminar com sintomas mais específicos. Nas pessoas não têm sintoma algum (assintomáticas), o aneurisma cresce silenciosamente dentro do abdome e normalmente é diagnosticado por exames de imagem de rotina como RX ou Ressonância. Porém, essa dilatação pode aumentar ao ponto de ser perceptível no abdome. Normalmente detecta-se ao exame de palpação um "batimento" (pulsação) abdominal constante ao nível da região inferior do estômago. Algumas vezes o AAA sintomático pode vir acompanhado de dores na parte inferior das costas. Nesse ponto, o diagnóstico é mais preciso e pode ser confirmado através de exames complementares de imagem como a Ressonância Magnética (RM) ou Tomografia Computadorizada (TC).
Fatores de Risco:
O AAA ocorre mais comumente nos pacientes acima dos 50 anos de idade; fumantes; aterosclerose (obstruções arteriais); portadores de hipertensão arterial crônica; dislipidemia (aumento dos níveis de colesterol); arterioesclerose (doença degenerativa da parede das artérias) e lesões fúngicas. Traumas abdominais também podem desencadear o aparecimento dos aneurismas.
Tratamento:
É primordial que se evite o rompimento da artéria acometida pelo aneurisma. Normalmente, nos casos de pequenos aneurismas, o cirurgião vascular acompanha a lesão e decide posteriormente se vai ou não submeter o paciente a cirurgia. Normalmente indica-se o abandono por completo do tabagismo (caso o paciente fume) e estímulo aos exercícios. O controle da pressão arterial é de extrema importância nesses casos e tem um bom prognóstico.
Nos casos em que a cirurgia é necessária, opta-se pela cirurgia de reparo endovascular. Essa técnica menos invasiva consiste na introdução de uma endoprótese guiada por um fio condutor até a altura do aneurisma. Lá a endoprótese é fixada eliminando a possibilidade de ruptura do aneurisma.
Existe porém a cirurgia aberta que funciona também para se colocar um enxerto aórtico na artéria aorta aneurismática. Mas essa técnica está se tornando obsoleta com o advento da cirurgia endovascular.
Curiosidade:
O AAA é uma enfermidade muito antiga. Desde 1952 se estuda um meio de se corrigir esse problema. O Dr. Dubost e colaboradores deram início a fase de correção efetiva do AAA através de colocação de enxerto homólogo de uma aorta retirada de cadáver após ser retirado o segmento dilatado (fonte: JBV - Jornal Brasileiro Vascular, Ed. Abr-Jun 2014).
Para maiores informações, procure o seu angiologista.
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