Dr. Hugo Costa
Ao contrário do que muitos pensam, a Erisipela não é uma enfermidade decorrente de uma desordem circulatória. Tampouco está relacionada as varizes dos membros inferiores. Na verdade, a Erisipela é uma patologia decorrente de um processo infeccioso da pele por agentes bacterianos como o Streptococcus Pyogenes do grupo A e que pode surgir através de lesões de pele como a "frieira" (micose interdigital), picada de insetos ou rachaduras nas solas dos pés.
Essa bactéria ataca especificamente os vasos linfáticos, que são pequeninos tubos transparentes que auxiliam as veias e drenar o líquido (linfa) dos membros e de todo o corpo, causando um comprometimento dessa função, levando a quadros de inchaço (linfedema) do membro acometido.
Existem formas mais agressivas da linfangite infecciosa - outro nome da Erisipela - que podem surgir em forma de bolhas sobre a pele. Nessa forma bolhosa, os sinais e sintomas são mais intensos.
Quando a linfangite infecciosa surge sucessivamente em curto espaço de tempo entre o tratamento e a reinfecção, esses vasos linfáticos podem ser seriamente comprometidos levando a outro quadro grave que é a elefantíase. Nessa situação o membro afetado apresenta-se extremamente edemaciado assemelhando-se ao aspecto anatômico da pata de um elefante, daí o termo "elefantíase".
Os sinais e sintomas clássicos da linfangite infecciosa são:
- Febre e/ou calafrios
- Dor intensa do membro acometido
- Náuseas e vômitos
- Inchaço do membro
- Surgimento de bolhas na pele
- Vermelhidão
O tratamento dessa patologia, se diagnosticada precocemente, pode ser realizada através da prescrição de antibioticoterapia oral ou injetável, somado a uma dieta específica, cuidados com a pele, higienização do local e repouso orientado. Se o foco da infecção tiver sido através de uma lesão de pele (por exemplo micose ou rachaduras nos pés), deve-se preferencialmente tratar-se essas lesões para que não haja uma reinfecção e novamemente o surgimento da erisipela. Alguns pacientes como os diabéticos requerem cuidados especiais.
Em alguns casos há a necessidade do uso de meias elásticas de contenção após o término do tratamento, para que o edema residual que se instalou ao final deste não comprometa a circulação do membro. É importante o diálogo entre você e seu médico.
Na dúvida, procure seu médico angiologista.
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